Em meio a multidão, no som um techno no máximo, ela olhava ao redor. Mais dois passos para a esquerda e estaria junto aos amigos. Mais três passos para frente e poderia pegar algo para comer. Mais 1 para a direita, falaria com aquele casal engraçado. Preferiu ficar onde estava. Quatro pessoas diferentes esbarraram nela ao passar. Sem pedido de desculpas. Ela era invisível. Transparente. Falar ou não falar seria a mesma coisa. Andar ou não andar, idem.
Encostou-se na parede. O mundo parecia indiferente a qualquer dos seus movimentos. Sua mão tremia, os olhos lacrimejavam. Forjava um sorriso tosco no rosto. Tentativas falhas de manter uma aparencia normal.
O celular silencioso no bolso da calça apenas reforçava toda aquela sensação. Uma idéia lhe passou a mente. Talvez se.. não. Mas e se.. é.. pode ser que.. Talvez devesse mesmo... Quem sabe não precisava...
Saiu do lugar. Saiu da festa. Saiu do estado de indiferença. Pegou o celular. Discou e esperou..
Tu.. Tu.. Tu..
"Alô?" falou a voz conhecida sonolenta e masculina, "Quem é?"
"Oi, sou eu.. Te acordei?" suspirou.
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Um comentário:
these little stories of yours just kill me. as in i need to know what´ll happen and i´m going over the possibilities...
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