domingo, 17 de abril de 2011

Como o nosso

"(...) quem é que nunca buscou uma relação, um sentimento como o nosso? Você é muito mais que uma "namorada" ou uma namorada, você é a garota da minha vida! Eu não sou tolo de pensar que ficaremos juntos para sempre, mas isso é indiferente. Você foi mais que qualquer outra."

- Y.B.S.S.

A verdade é que você nunca foi tão bom com as palavras quanto as pessoas acreditam que você é, querido. Não, você enrola bastante, usa palavras complicadas, convence com conhecimentos inúteis mas surpreendentes. Você compra as pessoas quando fala o que elas querem. Mas de vez em quando, querido, você ganha na loteria. De vez em quando você consegue as palavras exatas.
A verdade é que eu nunca consegui descrever muito bem o que somos (ou éramos, já não sei mais, querido). Não, nenhum título encaixava e nenhuma palavra funcionava. E, querido, eu sempre fui melhor em descrever sentimentos que você, apesar de o fazê-lo bem menos. Mas você foi mais esperto nessa. Você soube descrever - quase - perfeitamente, querido, você escolheu as palavras certas. Coisa rara. Gravei na memória.
Aprendi uma coisa com suas palavras, querido. Não importa mais o momento, suas palavras continuarão sendo verdadeiras, continuarão válidas. Não só porque tenho as escritas e decoradas. Não só porque foram exatas. Mas porque descrevem uma relação eterna, seja qual for o momento, seja qual for a situação. Você é o garoto da minha vida! Você foi mais que qualquer outro.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

E o momento era eterno.

Noite estrelada. Amigos reunidos. Todos conversando, comendo, rindo. Todos presentes.
Um pouco ao longe viu uma pessoa deitada, sozinha, na grama. Olhava o céu. Pensava. No que? Impossível dizer.
O sentimento era claro. Faltava algo. Depois de andar por toda a festa, falar com todos os presentes, percebeu que sim, faltava alguém. Comeu alguns salgadinhos, riu de alguns assuntos, dançou. Afastou se um pouco do conglomerado de amigos. Olhou as estrelas, a lua. Estavam todos olhando a mesma lua, não é mesmo? Independente de onde estavam, a lua era a mesma para todos. Não tinha certeza se isso era reconfortante ou ainda mais sufocante.
Pensou na possibilidade de estarem tão perto, pensou no tempo desperdiçado, pensou nos momentos que nunca tiveram.
Abaixou os olhos. Não adiantava de nada pensar sobre tudo isso. Viu mais uma vez a pessoa deitada sozinha. Aproximou-se. Viu a blusa, o relógio, o tênis. Sorriu.
Não, não faltava ninguém.
Deitou-se sem dizer nada ao lado dele, encostou a cabeça em seu braço, olhou o céu. Ficaram assim, sem fala, sem movimento, apenas sendo. Apenas estavam sob a mesma lua por um tempo.
- Sinto sua falta. - a voz dele quebrou o silêncio sem quebrar o momento.
- Eu também. - ela sussurrou enquanto ele a envolvia pela cintura.
E ali, aquele momento era eterno.


No iPod: Someone Like You - Adele