segunda-feira, 4 de abril de 2011

E o momento era eterno.

Noite estrelada. Amigos reunidos. Todos conversando, comendo, rindo. Todos presentes.
Um pouco ao longe viu uma pessoa deitada, sozinha, na grama. Olhava o céu. Pensava. No que? Impossível dizer.
O sentimento era claro. Faltava algo. Depois de andar por toda a festa, falar com todos os presentes, percebeu que sim, faltava alguém. Comeu alguns salgadinhos, riu de alguns assuntos, dançou. Afastou se um pouco do conglomerado de amigos. Olhou as estrelas, a lua. Estavam todos olhando a mesma lua, não é mesmo? Independente de onde estavam, a lua era a mesma para todos. Não tinha certeza se isso era reconfortante ou ainda mais sufocante.
Pensou na possibilidade de estarem tão perto, pensou no tempo desperdiçado, pensou nos momentos que nunca tiveram.
Abaixou os olhos. Não adiantava de nada pensar sobre tudo isso. Viu mais uma vez a pessoa deitada sozinha. Aproximou-se. Viu a blusa, o relógio, o tênis. Sorriu.
Não, não faltava ninguém.
Deitou-se sem dizer nada ao lado dele, encostou a cabeça em seu braço, olhou o céu. Ficaram assim, sem fala, sem movimento, apenas sendo. Apenas estavam sob a mesma lua por um tempo.
- Sinto sua falta. - a voz dele quebrou o silêncio sem quebrar o momento.
- Eu também. - ela sussurrou enquanto ele a envolvia pela cintura.
E ali, aquele momento era eterno.


No iPod: Someone Like You - Adele

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